01 outubro, 2012

a vida é uma constante perda de beleza imediata. o que parece belo, num momento, num momento tão difícil de se alinhar, perde-se como se nunca tivesse existido, nem em memórias. o que restam são sombras, lembranças distorcidas de um momento subjetivo de beleza, e isso me cai como um ótimo alívio para uma memória tão ruim e embaçada por remédios.

26 setembro, 2012

diálogos possíveis


"Que gracinha. Valeu mesmo pelo microfone de zoom e pelas amarelinhas."

"Que isso, gata, não foi nada."

"Posso ficar com duas das amarelinhas pro meu Game Boy?"

"Ah, claro que pode. Fica com todas."

"Todas? Então deixa eu te pagar. Quanto foi? Sério."

"Não, não foi nada, gata, foi uns dois, três reais. Faz assim: depois você me paga um café, pode ser?".

"Depois eu te pago uma cerveja."

"Não... Ultimamente eu ando mais na vibe do café, mesmo."

19 setembro, 2012

eu homem

Sem título

O embate masculino/feminino deixou de ser interno, subjetivo e isolado e passou a ser intersubjetivo: eu contra você, mas nós numa cama. Você passou a representar tudo o que é masculino -- o que é você é homem; e eu, o feminino, sou o que você não é. De qualquer maneira, impossível parar de internalizar os dois lados, como sempre fora até a cama. Minha sexualidade por contraste: eu tão homem sem você; eu homem com você; eu mulher. Você mulher, e a geração de um amor terno feminino. Nós homem nos momentos de relaxar. Eu você homem mulher homem. Tão originais, entretanto. Tão pouco originais como qualquer mulher homem mulher.

16 setembro, 2012

queria dormir
ou fazer
ou ficar
ou estar

ou saber que existe alguém tão interessado quanto eu
e que existem planos e possibilidades de realização
e que existem meios

fazer, ficar, estar,
criar, tentar, falar
mas dormir

...

n o t h i n g h a p p e n s
Sem título

meu sonho é um apartamento com janelas grandes e uma sacada. muita luz entrando, uma manhã morna e amarelada e cada cômodo com um cheiro específico.
queria acordar e sentir algumas certezas. ter seus pés encostados nos meus, passar a mão nos seus cabelos e saber que seu sono ainda vai longe, umas três horas depois do fim do meu. semana ou final de semana. queria estar em casa para ver as coisas acontecerem e sentir o tempo passar, sem carros que passam mais rápido do que eu.
calor, manhã, despertar, estar. ficar. manter. ser e somente ser.

13 setembro, 2012

Sem título

queria acreditar que realmente não existe motivo pra tanta ansiedade, pra tanta solidão descontrolada sem motivo e com pessoas. tem vezes, também, que eu faço essas coisas que não quero fazer (birra?) e tento fingir depois que existe alguma razão justificável que eu sei que não há.

Sem título

Sem título

Sem título


tem coisas que me fazem feliz agora. a loja, as fotografias, a casa, o irmão e o amor. queria um gato, mas queria mais respostas imediatas também. uma necessidade de sucessos imediatos me fazem sofrer e largar coisas que deveriam ser continuadas. um histórico de insucessos cheios de potencial -- é assim que eu vejo, pelo menos -- me faz crer que sou uma construção disso, e não um futuro em nada. uma construção de histórico de insucessos.

acredito que estar lendo um livro muito chato me faz escrever de maneira entendiante. muito entediante. infinitamente...



as fotos foram tiradas por mim ao longo da semana.

10 setembro, 2012

tempo envelhece depressa

o que seria, agora, voltar a escrever um blog pessoal numa tentativa desesperada de diário?
se eu fosse falar do meu dia, diria que estive muito cansada. o dia todo. não sei se foi por ter dormido relativamente tarde (não muito), acordado cedo e passado o dia fora, ou se foi por ter passado a semana toda fazendo pouquíssima coisa e recebendo muito amor.
aula de fotografia, iniciação científica e 25 de março com o zé.
estamos realizando sonhos, bem aos poucos, mas pode ser que dê certo. me pergunto se só estou perdendo tempo e dinheiro, mas sei lá. talvez a vida tenha outros sentidos mesmo.